ENTRE ESPERANÇA E EDIFICAÇÃO

ENTRE ESPERANÇA E EDIFICAÇÃO
Durante o ano que finda, dedicamo-nos a examinar os mais diversos assuntos relacionados ao nosso tema gerador: a ESPERANÇA. Pensamos sobre os fundamentos da Esperança que há em nós, nas formas em que o nosso Deus a alimenta cotidianamente e também na necessidade de nos retroalimentarmos enquanto corpo de Cristo. Certamente são inúmeros os desafios que trazemos no peito e é pulsante o nosso desejo de sermos presença esperançosa num mundo de tanto desalento. Entretanto os nossos desafios enquanto Igreja de Cristo não findam por aí. O tema proposto para a nossa reflexão durante o ano que se inicia traz consigo o desafio da EDIFICAÇÃO. Este termo traz para nós, pelo menos, duas vertentes do edificar (poderíamos ainda utilizar os sinônimos: erguer, levantar, construir).

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Depois das Tempestades

Dias calmos podem abrigar terríveis tempestades. Ao acordarmos pela manhã, não fazemos a menor ideia de como será o nosso dia. Uma manhã ensolarada e de céu azul pode dar lugar a uma tarde de nuvens negras e temporais. 

Assim como as mudanças e variações climáticas são bruscas e imprevisíveis, a menos que consultemos a previsão no jornal, o mesmo acontece com a nossa trajetória existencial. Quando a vida parece seguir seu curso calmamente, e podemos velejar em águas tranquilas, não vivemos na expectativa das tragédias, não pensamos nelas. Todavia, momentos de paz não são constantes nesse mundo caído, não é sempre que experimentamos essa sensação de estabilidade, de bonança. Tragédias inexplicáveis atingem o nosso mundo, nos abalam, o chão parece nos fugir dos pés e a queda parece inevitável.

Meio atordoados, sem entender completamente os acontecimentos que nos assaltaram a tranquilidade, batemos no peito e perguntamos: Por que tudo tinha que acontecer justamente comigo? Se isso aconteceu, ou está acontecendo, na sua vida hoje, não se desespere, não desista, leia a história, veja o que aconteceu a Jó, homem justo e íntegro, é como a Bíblia o chama.
As escrituras nos relatam que Jó era um homem de muitas posses, uma das pessoas mais ricas de sua região e de seu tempo. Era notável pelo modo como administrava sua vida pessoal e por sua conduta completamente ilibada perante a sociedade. Ele era o tipo de homem que, em nosso tempo, não deixaria de declarar ao imposto de renda nem uma só cabeça de gado que possuísse. Desfrutava de grande prestígio social e vivia tranquilamente os seus dias. 

Todavia, mesmo sendo tudo o que era e tendo tudo o que tinha, Jó não passara incólume pela vida, mas experimentou aquilo que todos nós, em menor ou maior dimensão, em algum momento da vida devemos experimentar: A passagem pelas tempestades. 
E o que este homem suportou, não foi um ventinho, uma brisa suave; foi, de fato, um tornado, devastador, que chegou subitamente, sem aviso, sem convite. Em um único dia Jó fica sabendo de todas as calamidades que o atingem, a sucessão de catástrofes tiram-lhe o brilho dos olhos, e o sorriso do rosto deu lugar às lágrimas de lamento. Em um momento, Jó passa da calmaria ao caos, ele olha ao redor, parece não acreditar no que vê: Um festival de esquisitices, envolvendo ladrões, fogo do céu, catástrofes naturais e doenças incuráveis. 

Esse, certamente, era o pior dia de sua vida. Jó não veria mais os rostos tão queridos de seus filhos, sua esposa que o amava na alegria é a mesma que o abandonou na tristeza, os amigos se foram juntamente com o dinheiro. Não bastasse tudo isso, três supostos amigos se aproximaram e o atormentaram com falsas acusações. 

Talvez essa história te pareça familiar. Talvez você se identifique com Jó. 

Quando tudo corria bem você recebe um aviso de demissão, o desespero toma conta da situação e você se vê no meio da vida, sem emprego, sem dinheiro e tendo que sustentar a família. Ou quem sabe o médico, meio hesitante, chama você de lado e traz um diagnóstico terrível. Qual a forma que as tempestades têm assumido na sua vida ultimamente? 

A existência de adversidades é inegável, mas a maneira como reagimos a elas fará toda a diferença posteriormente. Você pode escolher se desesperar diante das tempestades, fechar-se, perder a esperança e eliminar qualquer possibilidade de superação. Ou pode confiar em Deus, tomar decisões sensatas, lidar com a dor e não ser conduzido por ela, e converter o que parece tragédia em triunfo. 

Jó reagiu com esperança, e os resultados foram extraordinários, eis a sua declaração: 

“Porque eu sei que o meu redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão;” 

As atitudes de Jó, diante das mais terríveis circunstâncias, moveram o coração de Deus, que faz revelações estarrecedoras acerca da sua soberania e total controle dos acontecimentos. A partir desse momento, Deus interfere, e através do seu poder muda aquela situação. Vejamos como aconteceu: 

“ E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.
Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o SENHOR lhe havia permitido; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro.
E assim abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.”


Essa história inspiradora evidencia preciosas verdades. Podemos perceber que o modo como reagimos às tempestades determina como ficaremos depois que ela passar. Jó declara que antes ele conhecia a Deus apenas de ouvir falar, mas depois ele passa a vê-lo. 

Como temos agido diante dos problemas da vida? Depois que o vendaval passa o que sobra do nosso caráter, integridade e fé? São perguntas pertinentes, que devemos, mais do que nunca, escolher as melhores repostas, pois elas definirão o nosso futuro.





Por Daniel Alves de Almeida
Colunista Brasil Escola

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